O intrigante Mistério das Máscaras de Chumbo, ocorrido no Brasil

O Mistério das Máscaras de Chumbo é um dos mais intrigantes casos não solucionados no Brasil, tendo aspectos de ufologia, magia negra e assassinato.

O usuário Jose Geraldo Gouvea escreveu sobre o assunto no site Quora e trazemos o texto integral para vocês.

O Mistério das Máscaras de Chumbo é uma história que envolve ufologia, morte e, possivelmente, ciertas cositas más. Não se sabe até hoje o que realmente aconteceu e é possível que tenha se tratado de um pacto de suicídio, mas o caso é estranho pacas.

Mistério das Máscaras de Chumbo

Primeiramente, olhe para a cara desses dois sujeitos. Eles lhe parecem candidatos a maior mistério brasileiro de todos os tempos? Creo que no.

Na manhã de 20 de agosto de 1966 a população de um bairro periférico de Niterói, Rio de Janeiro, chamou a polícia devido ao encontro de dois cadáveres (dos dois homens acima, de 34 e 32 anos, respectivamente).

Quando a polícia chegou ao local, encontrou uma cena digna de um episódio do Arquivo-X:

Não havia nos corpos nenhum sinal de violência. Estavam deitados, lado a lado, de costas, em cima de uma cama improvisada feita com folhas de palmeira, que eles mesmos haviam cortado usando uma faca (que não foi encontrada). Os dois estavam bem vestidos, com ternos brancos e limpos, protegidos por capas impermeáveis.

 

Ao lado dos dois corpos, já em avançado estado de putrefação, sugerindo que a morte fora há pelo menos uma semana, a polícia encontrou alguns objetos curiosos:

  1. Um marco de cimento;
  2. Uma garrafa de um tipo peculiar de água mineral rica em sais de magnésio;
  3. Uma folha de papel alumínio dobrada em forma de copo ou funil, que possivelmente fora usada para beber da água;
  4. Um embrulho de papel com duas toalhas (que pareciam não ter sido usadas);
  5. Um par de óculos pretos com uma aliança na haste;
  6. Um lenço branco com as iniciais M.A.S.;
  7. Uma folha pautada contendo algumas equações básicas de eletrônica, entre as quais a Lei de Ohm;
  8. Duas toscas máscaras de chumbo que cobririam apenas os olhos.
  9. Uma folha sem pauta contendo as seguintes anotações: “16h30 – Estar no local determinado. 18h30 – Ingerir cápsula. Após efeito, proteger metais. Aguardar sinal – Máscara”

No bolso de Manuel foi encontrado um maço de cigarros quase no fim.

A autópsia não revelou sinais de violência, nenhuma doença aparente, nenhum veneno conhecido e ausência de contaminação por radioatividade (o caso ficou célebre rapidamente, então a polícia fez investigações e testes que normalmente não teria feito).

A investigação policial revelou que os dois homens eram técnicos de rádio que residiam em Campos dos Goytacazes, cidade localizada a 260 km de Niterói.

Ambos os documentos manuscritos tinham a caligrafia de Miguel, mas usavam palavras que não faziam parte do vocabulário de nenhum dos dois, ou seja, eles copiaram aquilo de algum lugar ou isso lhes fora ditado. Evidência disso é eles grafarem errado todas as palavras incomuns (“capsúla”, por exemplo).

 

Moradores da região relataram ter visto em torno do morro, uma semana antes, um objeto escuro que emitia disparos azuis — tendo sido essa a causa do sensacionalismo da imprensa e motivador principal da diligência da polícia.

A investigação apurou que os dois homens, ambos casados, eram sócios em uma oficia de consertos de aparelhos eletrônicos, principalmente rádios. As máscaras de chumbo haviam sido feitas por eles em sua oficina (lá a polícia encontrou o material e as ferramentas usados).

Em 17 de agosto os dois haviam saído de Campos dizendo às suas esposas que iam a São Paulo comprar um carro novo direto na fábrica, além de alguns equipamentos. Para isso levavam o equivalente, em dinheiro da época, a mil dólares (uma soma considerável para o poder aquisitivo de brasileiros de classe baixa, como eles).

 

Os dois foram de ônibus até Niterói, onde desceram às 16h30, compraram água mineral em um bar (não se sabe se o tipo de água tinha a ver com a cena) e as capas de chuva impermeáveis (no dia estava chovendo, então as capas claramente tinham uma função meramente mundana).

Foram vistos chegando no morro em um jipe, acompanhado de dois outros homens, dos quais nunca mais se ouviu falar. Na época, no Brasil, o jipe não era somente um veículo militar: muitos civis possuíam esse tipo de carro, porque as estradas eram muito ruins fora das grandes cidades. Os dois outros homens não foram localizados.

O mistério nunca foi esclarecido porque o estado avançado de decomposição dos corpos impediu certos testes toxicológicos e também não permitiu avaliar se eles tinham sido eletrocutados.

As teorias principais dão a entender que eles:

  1. Morreram em consequência de um raio: chovia naquela noite e eles estavam no alto de um morro, portando objetos metálicos. Esta teoria se beneficia do relato do objeto escuro disparando raios azuis, que pode ser uma nuvem de tempestade com raios.
  2. Sofreram uma overdose acidental de algum tipo de droga psicoativa enquanto aguardavam o contato com uma nave alienígena. Por esta teoria os dois outros homens fugiram no jipe ao constatar as mortes. Esta teoria se beneficia do encontro de muitas publicações sobre ufologia e esoterismo nas casas dos dois.
  3. Teriam feito algum tipo de elaborado pacto de suicídio, talvez pensando em subir a bordo de uma nave espacial, assim como a seita americana Heaven’s Gate.

Um caso intrigante que até hoje não foi solucionado.