Gladiadores costumavam ser escravos e Spiculus foi um deles, mas o seu destino não foi sofrido como o de alguns dos seus pares. Sua história foi diferente.
Como Spiculus foi descoberto?
A imagem deste gladiador foi encontrada no pedaço de uma lucerna na cidade de Conímbriga, importante cidade da República de Roma.
A escavação luso – francesas é recente e foi feita entre os anos de 1964 e 1971, tendo o fragmento ficado exposto na Exposição Permanente do Museu Monográfico de Conímbriga.
Como Spiculus lutava?
Assim como Tetraites, Spiculus lutava como mirmilão, oponentes dos trácios e dos reciários.
Pouco se sabe sobre como lutava, mas sua “skin” era aquele conhecido escudo grande, espada pequena e capacete com aspecto de peixe.
A lucerna romana que o homenageia
Uma lucerna romana era um objeto feito de pedra ou louça para iluminar ambientes, conhecido aqui no Brasil como candeia.
Durante as escavações luso – francesas, os arqueólogos encontraram um fragmento de lucerna romana datada do século I d.C. Este fragmento possui o desenho de um gladiador com a palavra SPICVLVS gravada.
Sabe-se que Conímbriga possuía um anfiteatro e que lutas aconteciam lá, mas não há indícios de que Spiculus tenha lutado neste local, mas sim no Coliseu de Roma, onde tornou-se o gladiador preferido de Nero, provável motivo pelo qual esta louça tenha sido produzida, como uma espécie de promoção do combatente.
O gladiador e a relação íntima com o Imperador Nero
Em sua obra “Vidas dos Doze Césares”, Suetónio cita Spiculus, contando que este era o gladiador preferido de Nero. A admiração deste imperador pelo combatente era tão grande que lhe concedeu terras, riquezas e outras propriedades.
As peças de louça são algumas das provas de que este homem teve seu nome espalhado pelos quatro cantos do Império Romano.
Enquanto o Império sofria com uma revolta popular provocada pelos altos impostos aplicados por Nero, o imperador procurou seu “ídolo” Spiculus para tirar sua vida.
É sabido que Nero cometeu suicídio após cair em desgraça e, ao que tudo indica, ele queria que seu lutador preferido o fizesse, no entando, o ato foi praticado por seu secretário, Epafrodito.