carro

Eu sei que a primeira coisa que você pensará ao ler uma manchete tão apaixonada sobre o Honda Fit será “cara, pelo amor de Deus, para de ser tão emocionado, eu consigo pensar em pelo menos 10 carros melhores que o Honda Fit aqui de cabeça”, mas peço que entenda, este texto é sobre a minha experiência pessoal totalmente inesperada com um carro muito simpático.

Sempre gostei muito de admirar carros, mas comprá-los é outra história, sou daquele grupo de pessoas que só quer ir de um lugar para outro, ou seja, olho os bonitos dos outros, mas compro os práticos e simples.

Fora o fato da grana curta, não podemos ignorar essa parte da equação, o meu Vô Cido dizia que o carro é como um parente doente, é preciso guardar dinheiro porque a manutenção dele vai dar problema.

Foi assim que fiquei por anos abraçado em um Palio Fire vermelhinho 2008 que só me deu alegrias. Levinho, barato, guerreiro e econômico.

Com o tempo a perna vai ficando cansada de cambiar, a vida melhora e você começa a pensar seriamente em pegar um carro automático pra sentir que realmente melhorou de vida.

Foi aí que procurei o Flavio em busca de um automático bom e barato para andar por aí.

Carro automático é normal em países de primeiro mundo, mas são caríssimos no Brasil, tanto no valor quanto na manutenção, mas meu amigo mecânico cravou “Um Fitzinho 2005, 2006 automático top de linha provavelmente vai suprir suas necessidades”.

Talvez eu tenha sido sorte ou até mesmo que tenha sido o destino, coisas que não acredito muito, mas um amigo do meu pai tinha lá um Fit 1.5 cinza para vender.

Dirigi o carro e foi amor à primeira vista.

A lata não estava muito boa, mas ele dizia que as manutenções estavam em dia e por isso até um desconto eu consegui.

Assim que peguei, troquei os óleos do câmbio e do motor, os quais me foram informados pelos mecânicos que realmente pareciam estar sendo trocados com frequência correta. O fluido de arrefecimento estava igualmente perfeito e estava claro que daquilo eu não poderia reclamar.

Os único defeitos do Honda Fit? Convenhamos, o Fit não é o que se possa dizer que seja um primor de beleza, perde nela inclusive para carros populares. O painel é mais pelado que mulher da noite em dia frio e a suspensão é bem durinha.

De resto, um carro formidável para se ter na cidade, extremamente ágil, pouco problemático se você fizer as manutenções preventivas e com um espaço absurdo para quem tem família.

Não é um carro que você dará benga em ninguém, apesar do valor salgado em relação aos seus pares que andam mais, mas você não gastará rios de dinheiro com suas peças de reposição que, apesar de um pouco mais altas que os populares, são fáceis de encontrar e de trocar.

Depois de 5 anos, mais de 80 mil quilômetros depois e muitas alegrias, decidimos vendê-lo para comprar um outro carro, mas a saudade, pelo menos em mim, ficou.

Não fomos para um outro Fit pois ele saiu de linha em 2021, além de querer experimentar um carro totalmente diferente que espero poder fazer uma homenagem no futuro.

À família que comprou o nosso Hondinha apenas 2 semanas depois de colocados os anúncios, desejo apenas que sejam tão felizes quanto nós fomos, pois a possibilidade de isso acontecer é enorme.