Médico nigeriano tira feto do útero para remover um tumor e o devolve ao ventre com vida

Um médico nigeriano foi capaz de um feito incrível para qualquer pessoa, o de operar um bebê e depois devolvê-lo ao útero.

médico nigeriano

No ano de 2015, Margaret Boemer descobriu estar grávida de gêmeos, mas a alegria durou pouco, pois ela sofrera um aborto espontâneo, com apenas um dos bebês tendo sobrevivido.

O bebê sobrevivente era uma menina, tendo seu sexo sido descoberto com 10 semanas de gestação. Em homenagem a suas avós, ela se chamaria Lynlee.

Após um ultrassom, seus pais ficaram bastante consternados:

“Ficamos animados de ver nossa filha se mexendo, mas eu e meu marido notamos algo estranho. Parecia haver uma cabeça de outro bebê na imagem. A técnica apenas disse que o coração dela estava bem, mas falou que precisava chamar o médico.”.

A bebê tinha um teratoma sacrococcígeo na coluna, próximo à região do cóccix, um tumor que atinge 1 em cada 35 mil bebês, a grande maioria de meninas.

Como o tumor exigia demanda de sangue, a vida de Lynlee estava correndo risco, uma vez que ela também precisava de sangue. “O médico disse que era sério, porque o tumor já podia ser visto com apenas 16 semanas de gestação. Normalmente ele só é identificado mais tarde ou depois de o bebê nascer”, afirmou Margaret. “Como era muito grande, fomos aconselhados a abortar.”.

Sem sombra de dúvidas, uma decisão muito difícil.

O medo de enfrentar um segundo aborto na mesma gravidez e o fato de sua filha mais velha ser um milagre fez Margaret se perguntar porque aquilo estava acontecendo: “A gente já havia tido um milagre com uma de nossas bebês. Ficamos nos perguntando por que aquilo estava acontecendo conosco.”.

A esperança veio de uma pesquisa na internet, onde o casal descobriu existir uma modalidade de salvação para este caso, a cirurgia fetal.

Quatro hospitais americanos faziam tal procedimento, sendo um deles, o Hospital Infantil do Texas, o mais próximo para a família, que vivia naquele estado.

Com 20 semanas, o tumor já tinha 8cm de tamanho, tamanho próximo da própria Lynlee.

A sorte foi que a família conheceu o médico nigeriano Oluyinka Olutoye.

“Sem uma intervenção, ela provavelmente morreria”, afirmou Olutoye. “Esse tipo de procedimento é sempre arriscado, porque você opera duas pessoas ao mesmo tempo e pode perder ambas.”.

Como o médico considerava o corpo do bebê muito fraco para aguentar uma cirurgia, o plano era esperar o máximo que desse para tal procedimento.

O casal gostaria de fazer a cirurgia com 24 semanas, mas não foi possível esperar, pois um check-up na 23ª semana evidenciou que o estado da bebê tinha se agravado e seria necessário fazer uma cirurgia nela a toque de caixa.

Margaret despediu-se de suas duas filhas e partiu para a sala de cirurgia, onde 20 médicos iriam abrir seu abdômen, usar um ultrassom para não avariar a placenta e algumas incisões seriam feitas no útero para chegar a Lynlee.

Com apenas 11cm e 530g, parte dela foi retirada do corpo da mãe para fazer a cirurgia, que precisou de uma lente de aumento e uma transfusão de sangue para a bebê aguentar.

A cirurgia foi um sucesso.

“Foi um privilégio e uma honra estar envolvido em algo que as pessoas nem sabem que é possível”, disse o médico nigeriano. “Mas, em casos assim, as mães é que são as verdadeiras heroínas, porque colocam seu corpo em risco em nome de suas crianças.”, completou.

O plano era aguardar até a 38ª semana para que a bebê nascesse, mas em 06 de junho de 2016 Lynlee “frustrou” os planos de seus pais, nascendo com 36 semanas e 5 dias.

“Foi emocionante ouvi-la chorar, segurá-la e beijá-la. Havíamos passado por muita coisa para chegar até ali.”

Aos oito dias de vida, Lynlee passou por mais uma cirurgia para remover o restante do tumor.

Margaret afirmou que Lynlee terá que cuidar deste problema para o resto da vida, mas que hoje ela é muito bagunceira e feliz, “corre por todo o lado e não gosta de ficar parada”.

“Ela sempre foi uma bebê muito feliz. Toda manhã, ela acorda sorrindo. Gosta muito de brincar, ama música. É uma alegria ver ela. Não sabia que isso seria possível.”.