A triste e cruel história da execução de George Stinney Jr

A execução de George Stinney Jr é um dos capítulos mais tristes e cruéis da história dos Estados Unidos.

execução de George Stinney Jr

No ano de 1944, ele foi sentenciado à morte na cadeira elétrica no estado da Carolina do Sul. George tinha apenas 14 anos, foi julgado em pouco mais de 2 horas e o veredicto foi dado em 10 minutos.

A cisma racial era muito forte na época e ser negro podia ser o fiel da balança para alguém ser considerado criminoso, o que possivelmente aconteceu, pois todas as pessoas do juri eram brancas.

70 anos depois, a execução de George Stinney Jr foi considerada errada e a mesma corte que o sentenciou à morte, reconheceu sua inocência em 2014.

A acusação do crime e execução de George Stinney

George era descendente de africanos e foi acusado do assassinato de duas meninas brancas de 11 e 7 anos. Betty e Mary foram encontradas mortes próximas da casa da família do garoto.

George era de Alcolu, uma pequena cidade do condado de Clarendon, na Carolina do Sul e ser negro naquela região já era muito sofrido por si só.

Para piorar a situação, os pais dele foram deixados de lado durante o julgamento, sendo ameaçados e ordenados para que deixassem a cidade para que não sobrasse para eles.

George ficou 81 dias preso numa cela a 80 quilômetros de sua cidade natal, tendo nunca mais visto seus pais até sua morte.

Cena do filme “Carolina Skeletons”, de 1991

Para a execução, foram colocados livros para o garoto sentar em cima e atingir a altura necessária para usar o capacete com eletrodos que desferiu a carga de 5.380 volts em seu corpo.

A incansável luta de seus pais

Apesar de terem sido obrigados a sair da cidade para não serem também vítimas da injustiça praticada contra George, seus pais não deixaram de lutar pela busca da verdade.

Um álibi fortíssimo foi evidenciado por sua irmã, Amie, que em 2014 afirmou que estava com seu irmão vendo uma vaca pastar quando viu as meninas que mais tarde seriam assassinadas passando de bicicleta.

O julgamento de George beirou o absurdo, a família não teve direito a bons advogados e o que estava lá para defendê-lo, não o fez com muita vontade, afirmando apenas que o garoto era muito jovem para ser executado ao invés de apresentar testemunhas e provas de que ele não tinha feito nada.

O advogado poderia ter recorrido, mas não o fez, deixando o garoto à mercê da justiça, que determinou a execução de  2 meses depois, no dia 16 de junho de 1944.

Após a sentença, o advogado não recorreu e, menos de dois meses depois, em 16 de junho de 1944, foi determinada a execução de George Stinney Jr.

Quase 70 anos depois o advogado Steve McKenzie reabriu o caso, afirmando que não houve justiça e que George foi um inocente assassinado.

“Além do fato óbvio de que não houve um julgamento justo neste caso, não há provas, não há confissões escritas, mas apenas aquelas feitas na frente de policiais brancos. Não há testemunhas, não há transcrições do julgamento muito breve, nada que indique que o menino era culpado”.

O juiz Mullen decidiu ir a fundo no caso, ouvindo testemunhas, re-analisando os resultados da autópsia e lendo os depoimentos do garoto, decidindo por anular a sentença.

O filme “À Espera de um Milagre” foi uma homenagem a ele.

A justiça terrena tardou a ponto de prejudicar a vida de vários inocentes.