Segundo o Ministério Público de Goiás, o dono da relojoaria estaria incentivando o trabalho infantil presenteando o garoto com o relógio.
O caso aconteceu em Catalão, Goiás, e foi veiculado no programa jornalístico Domingo Espetacular, da Rede Record.
Segundo tweet publicado pelo Jornal da Record, o dono da relojoaria teria se visto no engraxate e, por isso, decidiu presenteá-lo, dando o relógio para que o engraxate pudesse presentear o pai e um dinheiro em espécie para que ele se vestisse.
Dono de relojoaria, que se comoveu com a história de uma criança que engraxava sapatos para presentear o pai, acabou notificado pelo Ministério Público do Trabalho de Goiás por supostamente fazer apologia ao trabalho infantil #JornalDaRecord #JR24H pic.twitter.com/m7T1i8Rp5y
— Jornal da Record (@jornaldarecord) September 9, 2020
“O trabalho dignifica, eu sei que você é uma criança, mas não é pecado trabalhar, seja honesto e nunca se envolva com coisa errada!”, disse o dono da relojoaria ao garoto.
Esta frase e a situação chegaram ao Ministério Público de Goiás, que acionaram o relojoeiro judicialmente 3 semanas depois.
Para que o processo não fosse para frente, o dono da relojoaria teve que assinar um termo de ajuste de conduta do Ministério Público do Trabalho, onde compromete-se a participar de campanhas educativas contra o trabalho infantil e está proibido de divulgar ou falar sobre o vídeo.
Caso descumpra estas ordens, deverá pagar uma multa de R$10.000.
O pai do garoto discorda do desfecho da história, afirmando que “ele não fez um gesto maldoso, mas sim um gesto bom”.
O procurador responsável pelo termo de ajuste de condita diz que o pequeno empresário errou ao falar que crianças podem trabalhar: “É uma criança em situação de trabalho de rua, uma situação vulnerável fazendo uma coisa que parece edificante. A gente apenas fez um acordo para o futuro, que eventuais intervenções dele foquem nesse lado, no lado de priorizar a formação das crianças”.
No final de agosto de 2020, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou que “Menor hoje pode cheirar paralelepípedo de crack, menos trabalhar”, em alusão aos menores de idade que trabalham no tráfico.