Ministério Público quer que policiais indenizem assaltantes presos por eles

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE-MT) ingressou na Justiça para pedir a condenação de 5 policiais que evitaram o roubo de uma concessionária em Cuiabá.

policiais

Aberta na 20ª Promotoria de Justiça de Criminal, a ação pode render R$ 937,00 por bandido ou dois meses de serviços comunitários praticados pelos policiais.

Segundo o promotor que moveu a ação, Roosevelt Pereira Cursini, houve “abuso de autoridade” e “uso de truculência” por parte dos policiais, durante a abordagem.

A ação frustrada dos marginais ocorreu no dia 17 de outubro de 2016, quando os três bandidos, municiados com armas, entraram na concessionária Borges Veículos, renderam os proprietários, funcionários e clientes, roubaram o que puderam e fugiram numa Hilux.

Depois de serem perseguidos por duas viaturas, o motorista perdeu o controle da caminhonete, subiu numa calçada e decidiu trocar tiros com os policiais. Os três foram presos.

Rodrigo Ribeiro Leite, policial que participou da ação, demonstrou sua indignação com a decisão do Ministério Público:

 

“Imaginem só, o que nois PMs sofremos por várias inversão de valores, uma ocorrência padrão, roubo na Borges Veículos, elementos invadiram a loja armados e truculentos com as vítimas, estavam os proprietários, clientes e funcionários da loja, foram subtraído vários pertences como anéis, celulares, relógios, documentos, é uma Hilux branca do proprietário. A minha Guarnição escutou no rádio uma Viatura do Cb. Toninho, informando que estava em acompanhamento de uma Hilux branca roubada, e os bandidos bateram a caminhonete e trocou tiro com a guarnição do Cb. Toninho, onde dois dos 4 elementos foram baleados, um na perna, e outro no pé, e uns dos 4 evadiu em direção a Av. do CPA, foi quando a minha Guarnição estava próximo aí eu com a minha astúcia e visão aguçada, consegui ver o outro foragido, prendemos e recuperamos um revólver calibre 38, e logo depois encaminhamos os 3 detidos e um foragido, recuperamos todos os pertences das 7 vítimas, só ficou com o prejuízo foi o dono, pois sua caminhonete os bandidos bateram.

Aí fui hoje em uma audiência no Jecrim, aí vi uma coisa que nunca tinha visto em 14 anos de PM, O Ministério Público ordenou que eu e as outras guarnições, temos que pagar um salário mínimo para os bandidos, porque eles foram torturados, que a PM agiu com truculência, ainda o bandido que eu consegui pegar, deu nome errado, depois lembrou seu nome no Ministério público, e o bandido ainda tem credibilidade perante a sociedade? O dono da loja levou um prejuízo de quase 20 mil reais para arrumar a caminhonete, todos eles foram torturados psicologicamente, chamados de vagabundos e em todo o momento falavam que iam matar, depois da ocorrência o Ministério Público ordena que os PMs que estavam na ação, indenizam os bandidos? País de inversão de valores.

Como PMs trabalham desse jeito, o que fazer?”

Durante a audiência presidida pelo juiz Mario Roberto Kono de Oliveira, com base no processo n° 5885.64.2016.8.11.0062, onde três dos policiais acusados compareceram, o policial Miguel Álvaro se defendeu:

 

“A conduta foi apenas deter um dos criminosos, para que a viatura da CABO ROSELY conduzisse o criminoso que foi detido e encaminhado para o pronto socorro, devido a situação de estar em MÓVEL (motocicleta) não poder conduzir o criminoso que foi detido depois da ação em um ônibus, já se encontrava alvejado no membro inferior, quanto à ANDRIELEN DA SILVA e TONINHO FERREIRA DA SILVA, a conduta praticada por ambos foi de auxílio para levar na maca o CRIMINOSO que se encontrava alvejado devido a situação.”.

O processo aguarda nova manifestação do Ministério Público.