A pornografia te subestima

Este texto foi produzido pelo meu amigo Frajola, da Editora Humanas.

Meados de 1992, eu no auge dos meus 11 anos, estava atrás de experiências sexuais tal como os EUA correram atrás da conquista do espaço. Pra quem nasceu no inicio dos anos 80 assim como eu, sabe do que eu estou falando, qualquer catálogo de lingerie que a mãe deixava na sala, servia de incentivo pro banho demorado.

Família de classe média, tínhamos uma boa televisão, porém, uma única televisão, a qual eu jamais teria acesso após as 22:00 sem que meus pais estivessem presentes.

Rede Bandeirantes de televisão, sexta feira às 22:00 ia passar “Esqueceram de Mim” e, logo após, 00:00, o tão sonhado Cinê Privê! Coloco uma fita no vídeo-cassete alegando gravar o grande sucesso de Macaulay Culkin, deixei a fita gravando por 6 longas horas, eternizando assim, um filme pornô!

Os filmes pornô nos anos 90 eram muito ruins, histórias fantasiosas que aconteciam no espaço, com mulheres feias, já que era difícil alguém se submeter a transar com alguém filmando naquela época, porém, aquela escola de pornografia permaneceu até hoje, e o pior, hoje, a molecada transa cada dia mais cedo, sem contar que tem uma gama infinita de filmes na internet, tornando assim os filmes ainda mais ridículos.

O menino de 14 anos que certamente vê 3 pornôs por dia, jamais vai acreditar que ele vai ter uma professora gostosa igual a Mia Khalifa ou a Sasha Grey, que vai pedir pra ele ficar na sala e vai chupar o pau dele, que certamente teria 25cm e estaria depilado, o mais perto que pode acontecer na vida real, é o entregador de pizza por o pinto na pizza, mas só pra te fuder mesmo, por ter reclamado da demora.

pornografiaNão é possível que os produtores não percebam que a gente sabe que ninguém normal tem um pau de 28cm e nem que alguém possa gozar 1 litro por foda.

E as atrizes então? A cara de má vontade é nítida, elas parecem atendentes da VIVO trabalhando no domingo a noite, se uma garota fizer aquela cara durante a transa, eu chamo o SAMU.

Por isso que eu afirmo aqui, o melhor filme pornô do mundo, é composto de um cara com pinto meia bomba, uma empregada chamando o cara de “Seu Creiton”, uma sala mal pintada com uma TV de tubo ao fundo, tudo registrado na lente de uma câmera de Galaxy Pocket 2MP, e passado em diversos grupos de WhatsApp até chegar no XVídeos, anos depois, quando a menina já tiver 2 filhos de pais diferentes e nem faz ideia dos 200 mil views que a transa dela com o primo teve na rede mundial de computadores.