Linchamento, o efeito colateral que é tratado como doença

linchamento

Com constância frenética, a imprensa brasileira tem noticiado casos de linchamento em várias partes do Brasil. A grande maioria deles requenta debates de uma semana a quinze dias e os noticiários os tratam como verdadeiras epidemias.

A grande maioria das agressões deste tipo ocorrem nos lugares mais inseguros do país, favelas e bairros pobres, normalmente longe dos grandes centros das maiores cidades do Brasil. Em boa parte das vezes, a vítima do linchamento é conhecida na região e já praticou crimes inúmeras vezes, muitas vezes sendo pego e não pagando nenhum tipo de pena, por ene motivos que já conhecemos.

Numa postagem do Núcleo de Estudos da Violência da USP, há um gráfico que mostra que houveram 1179 linchamentos de 1980 a 2006, uma média de 45,3 linchamentos por ano. Para efeito comparativo, houveram  8.710 mortes por arma de fogo apenas no ano de 1980. Diferença gritante, não é? Mesmo que dividíssemos as mortes por arma de fogo do longínquo 1980 pelos 26 anos de linchamentos, chegaríamos à marca de 335 mortes por ano.

 Os linchamentos têm acontecido pois a população, principalmente a mais carente, não aguenta mais a impunidade. O estado tirou as armas dos cidadãos de bem, esses cidadãos não possuem mais meios para se defender, os bandidos sentem-se seguros e sabem que as chances de um popular estar armado são pequenas, o resultado é o assalto, o estupro e o assassinato.

Quando alguém que não aguenta mais ser vítima pega esse bandido, o resultado pode ser desastroso e cada pessoa que estiver passando acaba participando do ato criminoso que vitima aquele bandido, ou suposto bandido, dependendo da situação. O fato é que para um linchamento acontecer, um ato criminoso anterior ao evento precisa ocorrer, tanto um ato infrator do linchado, como uma divulgação criminosa falsa, como aconteceu no litoral paulistano, onde uma mulher foi linchada injustamente, por ter sido confundida com o retrato falado espalhado por um perfil local do Facebook, naquela região.

Em uma postagem do periódico online El País, os dados estatísticos angariados dão conta de que há um linchamento por dia no Brasil. Já no título do texto, podemos ver um traço comum do modus operandi do jornalista brasileiro, quando há um crime de reação, como um linchamento, a culpa é da população, quando há um crime cometido por um bandido, a culpa é da arma, da educação, do preconceito das pessoas, mas nunca daquele que ESCOLHEU tornar-se um agente agressivo e sair por aí estuprando, roubando e matando.

Segundo o Mapa da Violência, que evidencia apenas mortes com armas de fogo, por que para este tipo de órgão, o problema é o objeto e não o autor do crime, morreram 42.416 pessoas em 2012. Sendo conservadores, usaremos 40 mil dessas 42.416 mortes, onde famílias inteiras foram avassaladas pelo fetiche esquerdista em proibir a defesa pessoal e dividiremos pelos 365 do ano, chegando a um número de 109 homicídios por dia, mais de 100 vezes mais do que o crime de linchamento que, lembremos, só acontece por que alguém resolveu assaltar, roubar, estuprar ou matar.

Se levarmos em consideração que assassinatos são praticados também com facas, venenos, ferramentas e até as próprias mãos, este número pode aumentar exponencialmente, são dados estatísticos ignorados por redatores que, no alto dos seus escritórios em lugares bacanas dos grandes centros, não conseguem ou não querem ver o que ocorrem nas periferias e alimentam em suas cabeças sádicas um país das maravilhas que não existe, nunca existirá e continuará piorando para as pessoas reais.

Linchamento é errado, é um ato criminoso e com certeza deve ser evitado, mas os amantes dos bandidos podem ficar tranquilos pois, para cada linchamento que acontece, existem inúmeros outros assaltos, estupros e assassinatos tendo êxito.